No mundo sombrio de Vampiro: A Máscara, as Tradições são o fio condutor que une a sociedade vampírica sob um frágil pacto de sobrevivência e silêncio. Criadas para proteger tanto os mortos-vivos quanto os mortais, essas regras se tornaram pilares inquebrantáveis dentro da Camarilla. Porém, cada regra imposta gera tensão, drama e consequências — especialmente quando são quebradas.
A seguir, exploramos as Seis Tradições através de breves histórias que revelam seus efeitos diretos no cotidiano da não-vida.

1. A Primeira Tradição: A Máscara
“Não revelarás tua verdadeira natureza àqueles que não pertencem ao Sangue.”
História:
Na virada dos anos 2000, em um subúrbio de Curitiba, o Toreador Gabriel se encantou por uma artista humana e começou a frequentar suas exposições com regularidade incomum. Num momento de descuido, revelou seus poderes para impressioná-la. O vídeo vazou. Mesmo deletado rapidamente, foi o suficiente para levantar suspeitas. Três noites depois, ele foi convocado para um julgamento secreto. A sentença: torpor induzido por cinquenta anos. Uma punição leve, apenas porque a Máscara ainda não fora completamente rasgada.

2. A Segunda Tradição: Domínio
“Teu domínio é tua responsabilidade. Todos os outros devem te respeitar quando estiverem em teu domínio.”
História:
Lívia, uma Ventrue recém-chegada, decidiu caçar em uma região já reclamada por um Nosferatu antigo conhecido apenas como Grilo. Sem solicitar permissão, ela rompeu a etiqueta sagrada. Na mesma noite, Grilo enviou seus servos para capturá-la. Ela foi levada ao Príncipe local, que deu a Grilo o direito de aplicar a punição. Ela teve que prestar serviço ao Nosferatu por um ano, aprendendo que o respeito pelo domínio vai além da geografia — é uma questão de sobrevivência política.

3. A Terceira Tradição: Prole
“Só transformarás alguém em um dos teus com a permissão de teu ancião.”
História:
Tomás, um jovem Brujah idealista, abraçou sua namorada durante um momento de desespero, após ela ser baleada por policiais. Ela despertou dias depois, faminta, descontrolada. Sem orientação ou aprovação, ela matou três pessoas antes de ser contida. O Conselho decidiu destruir ambos, mas o Príncipe interveio. Tomás foi forçado a assistir à execução da jovem e condenado a viver o resto da eternidade como exemplo do erro que cometeu. Nunca mais ousou tocar em outro mortal.

4. A Quarta Tradição: Responsabilidade
“Aqueles que criares são tua responsabilidade.”
História:
Marcus, um Gangrel nômade, abandonou sua cria nas florestas da Serra do Mar, acreditando que ela se “fortaleceria sozinha”. Três semanas depois, um corpo foi encontrado mutilado — obra da jovem vampira faminta e sem controle. Os Arpistas descobriram a ligação e exigiram respostas. Marcus foi capturado e açoitado publicamente diante do Elísio. A cria, agora feral e instável, foi caçada. Essa tradição deixou claro: criar é fácil, guiar é dever.

5. A Quinta Tradição: Hospitalidade
“Honra o domínio alheio e apresenta-te ao senhor do local quando nele chegares.”
História:
Uma Malkaviana chamada Clarisse chegou em São Paulo sem anunciar sua presença. Por três noites, ela vagou pelas ruas, alimentando-se à margem da sociedade. Mas sua ausência foi notada pelos Arpistas. Ao ser finalmente levada ao Príncipe, sua mente instável foi usada como desculpa, mas a Camarilla não tolera deslizes. A punição foi simbólica: banida da cidade por uma década. Ainda assim, a lição ficou gravada. Ninguém é invisível aos olhos do Príncipe.

6. A Sexta Tradição: Destruição
“Só destruirás outro dos teus com a permissão dos anciões.”
História:
Durante uma disputa por território, dois Brujahs entraram em confronto. Marcos acabou destruindo acidentalmente seu rival, Sérgio, durante a luta. Sem ter solicitado autorização, foi considerado culpado por diablerie. Ainda que tenha negado veementemente, a suspeita o marcou. A Camarilla o declarou blood hunted — e agora, Marcos é perseguido noite após noite por algoz e besta. No final, quem tira uma não-vida sem permissão, condena a sua própria.

